quinta-feira, 10 de março de 2011

Sou o que quero que veja.

Brinco que sou forte desde pouca idade,
Faço que vou Norte uma sumidade,
Fico de esperto longe devaneios,
Vê, eu não sou pouco, sei dos meus floreios,

Canto em tom maior mas vivo em tom menor,
Alto linguajar tratado quase de cor,
Sei você me olha, até me admira,
Mas só dou minhas caras quando a alma brilha,

As paredes contam como são meus dias,
Várias estações unidas na pele fria,
Sei de cada hora, sabes só o que quero,
Não escondo um monstro, mas sim um flagelo,

Água fica turva, escuros pensamentos,
Nunca sorriria sob esses tais tormentos,
A luz se apaga, morro alguns instantes,
Talvez por uns dias, jamais como antes,

Esta novidade de mim eu sabia,
Mesmo inconsciente isso me aprazia,
Do silêncio ao verbo, verso em orgia,
Olhos de Harpia sem objetivo...

Pensamentos:
“A água está fria, não quero tomar banho. Limpar pra que?”
“Me deixa aqui, deixe a cortina fechada. Feche a porta.”
“Não quero visita... Ah! Entrou... já não basta eu te aguentar e você ainda vem me dizer pra levantar o corpo, dar umas voltas... se isso é bom faça você!”
“Vai falar abobrinha pro seu canteiro...”