A cidade dormitava, nos meus dias de criança,
Era o que me parecia,
eram outros movimentos,
Eram calmos, eram lentos, o tempo não existia,
O olhar e pensamentos, as folhas dançando ao vento,
Criativa alegoria.
Andava de bicicleta
nas ruas quase desertas e repletas de esperança.
As jogadas no campinho, os caminhos da escola,
aprendendo com os amigos, os cadernos encapados,
os sapatos engraxados, tudo em volta se mexia.
Na estação o trem parava, a buzina avisava,
a cidade ali partia, ia pedra e cimento,
vinha o desenvolvimento alterar padrões antigos.
Lá no fim da Magalhães
ainda havia uma porteira,
o portal do meu caminho, da cidade uma fronteira.
Avenida seguiu
reto pra encontrar outra saída,
escorreu pra rodovia,
a cidade não dormia,
eu andava ela sorria,
nosso tempo começou.
Ao sair ela sabia que jamais a deixaria,
tenho em mim aonde for.
Arcos, setas, alvos certos, barris, margens, arcos
firmes,
vocação moldada em tomos, cidadãos vontade e brio.
Majestosa debutante, moça Arcos, arrepios
aos olhares dos vizinhos,
tão atentos não mais frios, se dobram a comtemplar.
A criança de outrora que agora faz história,
virou quem influencia.
Conhecida Capital
do Calcário à força bruta,
Na cidade de operário, faz comércio e cultura,
Ficou forte,
virou guia.
A cidade dormitava, era o que me parecia,
Nos meus dias de criança, o olhar e pensamentos,
As folhas dançando ao vento, eram outros movimentos,
Repletos de esperança, novos tons em nova dança...
O portal atravessamos.