Sou a minha história,
Bem vivida, mal falada, não querida.
A escolha não foi minha.
Foi?
Passado!
Sou o filho que não queria...
Aquele que ia vencer
Caiu na batalha,
Não por fora,
Por dentro,
Ruiu.
É minha a história
Quando tento e não vejo
O que está a minha frente:
Muitos sonhos e desejos...
Muitos sonhos e...
Sou a fenda.
Transformo o belo em lixo,
Reciclo,
Mas vem a indiferença,
Meu escudo.
Sou a máscara
De muitas caras,
Que caminha com firmeza,
Fala doce garganta quente,
Que esconde a tristeza
De viver coadjuvante.
Sou a bomba!
Que implode em cada instante,
Faz jardins e caos nascentes,
Não perenes não concretos.
Sou minha história,
Mal contada, meio avessa...
Minha glória.
Sou a lenda...
Aquela,
Sobrevivente que volta,
Revolta complacente,
Sereno, domado, contrito,
Alegre adestrado,
Não sou meu.
Sou a água,
Ora cálida lagoa
Ora o céu em tempestade.
Mas ainda faço a minha história,
Acredito que faço a minha história,
Eu caminho na história,
Ando e tento a história,
Quero,
Faço,
Vejo,
Sinto,
Não gostei...
Vou recomeçar.