As pedras com que açoitas os mendigos
são as pedras que usaste em tua casa.
A poeira que os pivetes têm na pele
é a poeira que varreste da tua sala.
O mal jeito que os pobres tem na fala
vem do jeito com que usas tua escrita,
e essa pose que tu mostras na fachada
vem de quem só desprezaste em tua vida.
Olhe o céu,
olhe o sol de Angra dos Reis.
Olhe o mar,
a natureza que os fez.
As lágrimas caladas
e os abraços esquecidos
querem mais vida...
para os que vivem por vocês.
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